Poeta e soldado do século VII a.C., criador da poesia
iâmbica(1) e um dos primeiros poetas líricos conhecidos.
Arquíloco seria filho ilegítimo de um cidadão proeminente de
Paros, de seu nome Telesicles, e de uma escrava.
Um desgosto de amor e algumas dívidas levaram-no a
participar, como soldado-mercenário, em várias tentativas feitas por Paros para colonizar
a ilha de Tasos. Acabou por viver em Tasos alguns anos da sua vida.
Da sua poesia, rica e inovadora, restam apenas fragmentos.
A
sua poesia revela-o como pessoa e soldado, nela encontramos as suas mordazes
opiniões sobre uma larga panóplia de temas, como sejam, a guerra (fala-nos de “Campos
repletos de cadáveres”), a política (destaco este excerto tão curioso “Ares é
um democrata. Não há privilegiados no campo de batalha”), a religião (a
propósito dos deuses “Escolhem um homem/ moldam-no/ e colocam-no de pé/ firme/
e depois novamente/ agitam os homens sólidos/ até que caiam na pior das
sortes/vagando com fome/com mentes selvagens”), o amor e a condição humana.(2)
É também
pela sua poesia que sabemos o quão diferente quer ser dos heróis homéricos, já
que, sem remorsos, abandona uma batalha para salvar a sua vida, sem que sinta a
sua honra maculada (“Atirei o meu escudo para um arbusto e corri/quando a
batalha aqueceu./A vida parecia mais preciosa./Era um escudo bonito/mas sei
onde arranjar outro/exatamente como aquele/tão redondo”).
A sua obra parece ter sido de grande relevância e
popularidade na época, uma vez que muitas das suas composições eram utilizadas amiúde
em concursos públicos de poesia e no repertório dos rapsodos.
( (1)
Poesia iâmbica: poesia em tom pessoal, vivaz e
satírico
(2)Tradução livre a partir dos Fragmentos reproduzidos em http://www.abettergreece.com/Archilochus%20poetry.html
Imagem em:
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