segunda-feira, 25 de março de 2013

Safo de Lesbos



Poetisa grega, nascida na ilha de Lesbos (Mar Egeu), no século VII a.C.
Como jovem aristocrata beneficiou de uma educação cuidada. Com cerca de 19 anos, Safo já se dedicava à poesia e à política, e, a sua forma incisiva de abordar os assuntos ter-lhe-á valido vários momentos de exílio.
Casa com Cercolas, rico comerciante que morre prematuramente, deixando-lhe uma fortuna considerável e Cleis, a sua filha adorada.
Regressando a Lesbos, assume o papel de líder intelectual do grupo de senhoras, que se reúnem amiúde, em sessões de composição e declamação de poesia. Incentivada pelo seu sucesso, funda uma escola para raparigas, onde ensina poesia, canto e dança. As jovens são apelidadas de “amigas” (hetairai). Safo nutriu paixões diversas por muitas dessas jovens sendo que a mais marcante foi a que envolveu Atis, a quem, despeitada, dedicará alguns versos mordazes:

Fragmentos, sobre o amor e desejo
"Queimas-me .....
Lembras as coisas que
Nós fizemos na nossa juventude ...
Muitas  coisas bonitas ...
Uma e outra vez ... porque aqueles
de quem mais gosto, fazem-me o maior mal ...
Tu vieste e eu estava louca por ti
E acalmaste a minha alma que ardia de saudades
Há muito tempo eu te amei, Atis,
Parecias-me uma criança sem graça                   
Rouxinol, arauto da primavera
Com uma voz de saudades ....
........... Mas tu esqueceste-me ...
(…)                   
Para mim nem o mel
Nem a abelha ...
Vem do céu, envolto em um manto de púrpura ...
De todas as estrelas, a mais linda ...
Falei com Afrodite num sonho ....
Não me alegra conduzir ao sofrimento,
A minha é uma mente calma ....
Tal como o jacinto da montanha, flor roxa
que os pastores pisam no chão ...
Querida mãe, não posso tecer
Preenchida, por Afrodite, com amor por um rapaz magro ...”
Tradução livre de http://www.poetryintranslation.com/PITBR/Greek/Sappho.htm#_Toc76357051


A sua linguagem é simples e direta na abordagem de temas como o amor, o ciúme e as relações humanas. Safo fala essencialmente de si e das suas emoções.
Safo parece ter sido muito respeitada e apreciada durante a antiguidade, Platão a ela se refere dizendo que foi a décima musa. No entanto, os seus escritos perdem-se quase na totalidade porque a Idade Média os considera demasiado eróticos e sentencia a sua destruição. Já no século XIX recuperam-se cerca de 600 versos de Safo – dois arqueólogos trabalhando em Oxorinco, descobrem, em sarcófagos, tiras de pergaminho contendo escritos de Safo.

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